terça-feira, 7 de outubro de 2014

Nossa Senhora da Piedade


A mais remota representação da Senhora da Piedade em Portugal, foi pintada em madeira, que se encontrava numa das capelas do claustro da Sé em Lisboa. 

Pertencia a uma antiquíssima Irmandade, que tinha por função principal enterrar os mortos, visitar e confortar os encarcerados e acompanhar os criminosos que iam padecer a pena ultima. Essa pintura representando Nossa Senhora assentada ao pé da Cruz, tendo nos braços Jesus Morto, foi o emblema das Casas de Misericórdia, que por iniciativa de frei Miguel de Contreiras, se fundaram em Portugal, começando pela de Lisboa. Tinha essa Nossa Senhora da Sé de Lisboa, uma Irmandade que se supõe já existia desde antes do ano de 1230, pois foi nesse ano que ela figura no acompanhamento do pai de Santo Antônio, que acusado falsamente de um crime, ia ser levado à forca, quando seu filho, o grande taumaturgo português chegou a tempo de salvá-lo, por uma milagrosa demonstração de sua inocência. Nossa Senhora da Piedade. 


Encontraram então uma pequena efígie gótica da Senhora da Piedade, que mais tarde foi colocada numa capela construída naquele sítio. 

Este culto deve ter entrado no estado de Minas Gerais através dos bandeirantes, pois Nossa Senhora da Piedade era a padroeira de Guaratinguetá, passagem obrigatória nos tempos

Viajantes que transitavam entre Rio de Janeiro e São Paulo, e cujo porto era muito frequentado pelos aventureiros que subiam a serra da Mantiqueira à procura dos veios auríferos nos Campos dos Cataguás. 

Talvez o primeiro santuário de Nossa Senhora da Piedade naquela província tenha sido o de Barbacena, antiga Borda de Campolide, onde era venerada uma imagem da Virgem trazida de Portugal por algum imigrante ou por um padre jesuíta, e cuja matriz foi benta em 1748. Daí a devoção se espalhou pela terra mineira, indo localizar-se principalmente na Serra da Piedade. Nossa Senhora da Piedade. 

Segundo a tradição, esse santuário plantado no alto da montanha, próxima a Caeté, se prende as perseguições que o Marques de Pombal moveu contra Os jesuítas e varias famílias nobres da Lusitânia. Entre os fugitivos da vingança do ministro de D. José I encontrava-se o arquiteto Antônio da Silva Bracarena, que prometera à Virgem Santíssima construir-lhe uma igreja, se ficasse livre. Tendo se refugiado na Vila Nova da Rainha (hoje Caeté), resolveu erigir um templo no alto da serra que ele avistara rodeada de nuvens. Sua decisão tornou-se mais forte quando soube de um estranho fato acontecido naquele local, alguns anos antes. Uma menina, muda de nascença, avistou por várias vezes no alto da montanha, aureolada de luz, a Virgem Maria trazendo nos braços o seu Divino Filho morto, e após estas visões principiou a falar corretamente. 

segunda-feira, 31 de março de 2014

Nossa Senhora do Bom Conselho



Nossa Senhora do Bom Conselho (em latim Mater boni consilii) é uma das invocações da Virgem Maria. Com a mesma intenção ela é chamada de Mãe do Bom Conselho, Nossa Senhora de Shkodra,Nossa Senhora dos Bons Serviços e Santa Maria do Paraíso. Esta devoção está centrada num ícone da Virgem atualmente exposto em Genazzano, Itália, na Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho.
As origens do ícone são envoltas em lendas e milagres. A história se divide em duas partes. A maioria dos relatos liga uma imagem de Nossa Senhora de Shkodra (Bom Conselho) cultuada na Albânia e o ícone atualmente venerado na Itália.
Na Albânia Nossa Senhora era venerada desde tempos muito antigos sob este e outros títulos. Um deles é o de Zoja e Bekueme (Senhora Bendita), e havia muitas capelas a ela dedicadas. Especialmente uma delas, localizada em Shkodra, onde havia um ícone da Virgem, se tornou um centro de peregrinação durante as guerras contra os Otomanos. Um dia, durante um cerco à cidade, dois albaneses devotos se postaram ao pé da imagem e rezaram para que pudessem escapar com segurança. Diz a lenda que neste momento a imagem se desprendeu do altar e flutuou no ar, saindo da igreja. Os dois homens, Gjorgji e De Sclavis, seguiram a pintura, que finalmente os conduziu até Roma, onde desapareceu diante de suas vistas. Lá, depois de algum tempo, ouviram rumores sobre uma imagem da Virgem que aparecera miraculosamente em Genazzano. Acorreram para o local e identificaram a imagem como a sua veneradaZoja e Bekueme. Depois disso os dois fixaram morada na cidadezinha.
Aqui inicia a outra parte da história. Quando o papa Sisto III solicitou ajuda dos fiéis para renovações na Basílica de Santa Maria Maggiore, o povo de Genazzano contribuiu generosamente, recebendo em troca um terreno na sua cidade, onde foi erguida uma igreja sob a invocação de Nossa Senhora do Bom Conselho. Com a passagem do tempo a igreja, sem cuidados, foi caindo em ruínas. Em 1467 uma viúva do local, Petruccia de Geneo, sentiu-se movida a reparar o templo com seus próprios mas reduzidos recursos. Sem encontrar ajuda, ela gastou o que possuía sem conseguir terminar as obras.
Na festa de São Marcos, em 25 de abril daquele ano, a população se reuniu para festejar. Por volta das 16h o povo ouviu uma bela música, e procurou de onde vinha. Então viram uma nuvem, em meio ao céu claro, descer do céu e cobrir uma das paredes inacabadas da igreja, lá permanecendo por algum tempo. Quando a nuvem se dissipou, a população atônita viu sobre a parede uma pintura da Virgem com o Menino onde nada existia antes, e então os sinos começaram a tocar sozinhos, atraindo as pessoas de longe para ver o que estava acontecendo. A própria Petrucia, que estava longe, veio depressa, e ao ver a imagem caiu em prantos.
Depois da notícia se espalhar por toda a Itália, peregrinos começaram a chegar de todos os lugares, e assinalou-se a ocorrência de muitos milagres diante da pintura. Foi tão grande o número de prodígios que foi indicado um notário para registrar os mais notáveis, e este registro ainda existe, listando 171 milagres.
Além de suas propriedades miraculosas, a imagem por si mesma é extraordinária, pois ela desde o século XV permanece como que suspensa no ar, sem moldura ou fixação, afastada da parede cerca de três centímetos, apenas parcialmente tocando uma base em sua borda inferior. Relatos diversos afirmam ainda que a fisionomia da Virgem muda de acordo com certas circunstâncias. O povo da Albânia não esqueceu da imagem desaparecida, e ainda a festeja duas vezes no ano, rezando para que ela volte para sua antiga casa. O papa Pio XII colocou seu papado sob a proteção da Virgem do Bom Conselho.

Via Sacra das Famílias e Missa Mensal de Abril / 2014


O companheirismo no casamento (texto de Dado Moura)

O companheirismo no casamento

É bem comum nas rodas de amigos, as pessoas dizerem que a esposa de fulano é quem manda na casa e quem dá a última palavra. Em outro extremo, ouvimos histórias de maridos que subjugam as esposas, fazendo-as suportar suas manias, pois é ele quem dá as ordens... Por um grande engano, a pessoa pode imaginar que tenha maiores poderes dentro de casa simplesmente pelo fato de manter financeiramente o lar, educar os filhos ou pagar as contas.

Em ambos os casos, temos o exemplo de casais cujos direitos foram usurpados pelo outro. Mas o que poderíamos fazer para tornar mais agradável e equilibrada a nossa convivência como casal?
Ser um bom companheiro(a) no casamento (a) não significa que precisamos ser um espelho do outro, isso é fazer o que ele (a) faz ou ser alguém sem personalidade. No convívio conjugal precisamos demonstrar que estamos imbuídos do mesmo propósito de cultivar a felicidade. Apesar das diferenças de temperamento e de personalidade, comuns dentro do matrimônio, desejamos realizar o projeto de vida que também é aspirado pela outra pessoa.

Uma vez casados, fazemos parte de um time chamado “casamento” e uma maneira de demonstrar que assumimos, verdadeiramente, 
 os compromissos conjugais com o outro é estarmos atentos às coisas que acontecem dentro de casa.

Se em um time de futebol cada jogador pensasse em si haveria uma grande disputa entre os atletas para fazer o gol. Mas para facilitar a realização daquilo que a equipe se propõe a cumprir é preciso pensar no coletivo, de modo que cada integrante contribua, com suas habilidades, com aquilo que foi almejado.
 

O mesmo deve ocorrer na vida conjugal, isto é, o casal já não pode pensar somente no interesse individual. Assim como um bom garçom precisa desenvolver a visão periférica, habituando-se a observar e responder prontamente ao simples aceno de seus clientes; marido e mulher precisam desenvolver uma capacidade semelhante com relação ao que o outro tem a relatar. Pois nem sempre os “acenos” do cônjuge serão tão explícitos como se espera.

Em certas situações queremos falar sobre algo que estamos vivendo para pedir ajuda a fim de lidar com o impacto emocional gerado por um problema. Isso não significa, necessariamente, que desejamos ter a dificuldade resolvida pelo (a) esposo (a). Sem perceber a intenção desse desabafo, o cônjuge pode responder coisas do tipo: “O que você quer que eu faça?”, “Isso não é problema meu…”, ” Eu o (a) avisei…”. Dependendo da maneira como falamos, isso pode causar uma discussão, e, certamente, não será o apoio que o outro gostaria de receber.

Em outros momentos podemos buscar somente a atenção do (a) esposo (a) para aquilo que está acontecendo na nossa vida… 
 Muitas vezes, será necessário que ele (a) apenas ouça o que temos a dizer. Deste modo, passamos a ser para o (a) outro (a) apenas os ouvidos de um psicólogo.

De nossa parte, o cônjuge espera receber o respeito e a atenção ao problema que o (a) aflige sem sarcasmo ou ironia. Qualquer desatenção poderá abrir um precedente para que nosso (a) companheiro (a) comece a contar suas dificuldades a terceiros por lhe parecerem mais compreensivos; fazendo destes indivíduos confidentes.
Quando colocamos a saúde do nosso casamento em primeiro lugar, estruturamos as bases da nossa família no amor e na fidelidade do companheirismo incondicional, exigido pelo casamento.

Lembremos que a nossa maior riqueza está na pessoa que assumimos como esposo (a). Por essa razão, trabalhemos no desenvolvimento das qualidades de nosso temperamento, porque elas tornam os relacionamentos mais fáceis. Sem deixar de considerar que até o mais perfeito dos cônjuges também poderá ter seus momentos intempestivos.

Autor do texto: Dado Moura 

Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova como articulista. Autor do livro Relações sadias, laços duradouros e Lidando com as crises

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

III Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora



Busca por informações atualizadas em http://www.encontronacionalaparecida2015.com/

Sessões de Formação (Nível I, II e III)



Destinam-se as Sessões de Formação a casais equipistas que estão em busca de fundamentação da vivência de sua fé e de sua caminhada na Igreja e no Movimento. 

Acontecem, atualmente, em três níveis, sob a responsabilidade da Equipe da Super Região.

Objetivo geral: possibilitar aos casais equipistas um período de aprofundamento na sua fé cristã e no Movimento das Equipes de Nossa Senhora.

Objetivos específicos: a) aprofundar as dimensões litúrgica, catequética e missionária da vocação cristã; b) aprofundar a formação teológico-pastoral na doutrina e nos fundamentos da fé e da Igreja; c) conhecer e analisar a evolução e o desenvolvimento do pensamento da Doutrina Social da Igreja; d) aprofundar o conhecimento do carisma, da pedagogia e da estrutura do Movimento das ENS; e) formar novos casais para a missão, tanto no Movimento como na Igreja; f) renovar e incentivar os quadros internos do Movimento, formando-os para maior compreensão das ENS e da missão de casais cristãos no mundo.

Conteúdo: nível I - Fé e Vida Cristã
Trata-se de uma abordagem geral de temas catequéticos e missionários da vocação cristã, numa evangelização básica que perpassa a História da Salvação. É o ser cristão.
Os assuntos a serem abordados nesta Sessão são os seguintes:

* Plano de Deus - História da Salvação.
* Visão Geral dos Sacramentos.
* Espiritualidade Cristã.
* O Sacramento do Matrimônio - Espiritualidade Conjugal.
* Exigências da fé cristã.
* Compromisso do Cristão.
* Vida em Comunidade - Igreja.

Conteúdo: nível II - Vocação e Missão
Estudam-se os principais e mais atuais documentos da Igreja e o seu Magistério. É o ser Igreja.
Os assuntos abordados nesta Sessão são os seguintes:

* Vocação e Missão do Leigo.
* Vocação e Missão do Casal e da Família.
* Encíclicas.
* Documentos da Igreja na América Latina.
* Documentos da Igreja Particular.

Conteúdo nível III- Formação de Quadros
Aprofunda o conhecimento das ENS, formando casais para a missão tanto no Movimento quanto no mundo. É o ser Movimento Missionário.
Os Assuntos a serem abordados nesta Sessão são os seguintes:

* Visão histórica do Movimento.
* Estatutos das ENS.
* Carisma, Mística e Espiritualidade.
* Responsabilidade nas ENS.
* Reconhecimento das ENS pela Igreja.
* Instrumentos de unidade: estrutura do Movimento das ENS, Colegialidade, Sacerdote Conselheiro Espiritual/Acompanhante Espiritual Temporário, Experiência Comunitária, Pilotagem, Casal Ligação, Planejamento.
*Formação de Agentes e Lideranças cristãs.

(Manual da Formação - ENS - páginas 09 a 13)

Retiro - Um encontro consigo e com Deus

O texto abaixo foi extraído da Carta Mensal de agosto de 2006

Encontrar-se com Deus

Encontrar-se profundamente consigo e com Deus é uma exigência profunda da alma humana. Para isso, o retirar-se do cotidiano é uma necessidade para nós.
Poderíamos dizer que sempre dentro do coração da humanidade cresceu e se desenvolveu a necessidade de parar diante dos compromissos, especialmente aqueles pesados e cheios de responsabilidades... parar para recarregar as baterias e poder refazer o tecido profundo da relação que nos une a Deus e às pessoas humanas que nos rodeiam. 
Encontramos isso em todas as culturas.
Fala-se que também os egípcios, os gregos e até os romanos, que prezavam a guerra, o domínio e o di­reito, possuíam lugares dedica­dos à reflexão e à oração, para fortalecer na própria religiosidade o vínculo que os unia ao cosmo. Também aqui na América Latina há vestígios de lugares próprios para a reflexão, para um “retirar-se” do mundo e da vida do dia a dia.
Jesus testemunhou a seus discípulos como é importante afastar-se temporariamente das atividades diárias para estar só com o Pai. Os Evangelhos salientam a atitude constante de Jesus em subir ao monte, onde passava a noite em oração, em diálogo com o seu Abba.Antes de iniciar a sua vida pública, Ele passa 40 dias no deserto, preparando a humanidade do seu corpo e da sua mente para anunciar a boa nova do reino. 
Se Jesus Cristo amava tanto o deserto, zelava tanto por encontrar em sua vida estes momentos de intimidade e familiaridade com o Pai, nós, que nos deixamos constantemente roubar e despo­jar pelas coisas materiais, também nos preocuparemos em buscar o deserto de um Retiro, a fim de nos abastecer de Deus, encontrá-Lo a sós no silêncio interior, escutando-O na Palavra e na meditação.
Os discípulos ouviram de Jesus Cristo, o Mestre, estas carinhosas palavras: “Vamos sozinhos para algum lugar deserto, para que vocês descansem um pouco” (Mc 6,31).

Como não priorizar o Retiro das Equipes de Nossa Senhora, nós que buscamos, em casal, a santidade?

Neste ano, queremos descobrir melhor quem é Jesus. 
Somente num convívio maior com Ele poderemos dizer por nós mesmos, de coração, com São Pedro, que Ele é o Cristo de Deus, o nosso Salvador, aquele que nos ama e deseja ardentemente que correspondamos ao seu amor. 
Ele é o Esposo apaixonado pela sua Igreja, por quem dá a vida.
O Retiro é também, e disso temos necessidade, um tempo propício para avaliar a nossa caminhada, ver como estamos vivenciando os demais Pontos Concretos de Esforço, fazer uma revisão da vida, para aparar as arestas, recompor caminhos, renovar nosso casamento na graça do Senhor.
Que a experiência viva de Deus perpasse as veias de cada um no retiro deste ano.
                         Martha e Simão Pedro, CR Região Norte I, Eq. 22D Manaus/AM

Escuta da Palavra "A quem iremos, Senhor, se só Tu tens palavras de vida eterna?"

O texto abaixo foi extraído da Carta Mensal de setembro de 2006.

A escuta da palavra

Queridos casais equipistas:


Entre os pontos concretos de esforço propostos pelo movimento das Equipes de Nossa Senhora, encontra-se a Escuta da Palavra
Este PCE insere-se na grande Tradição da Igreja de ouvir a Palavra de Deus.
Em toda a história da humanidade, em especial na história da salvação, Deus Pai se revela, descobre o véu e se mostra (cf. 1Jo 1,1; 4,10), se nos dá a conhecer sobretudo pela sua Palavra (cf. Hb 1,1-2).
Sendo Cristo a Palavra feita Carne ( Jo 1,14 ) pela ação do Espírito Santo, nós temos acesso ao Pai e nos tornamos, pelo batismo, participantes de sua vida divina (cf. 2Pd. 1,4 ; Ef. 2,18 ).
A Escuta da Palavra deve ser entendida por nós não como um peso ou dever a ser desempenhado, não como conta a ser prestada no momento da partilha da reunião formal. A Escuta da Palavra insere-se no dizer de Jesus a Marta: “Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (Lc 10,38-42).
Isto significa que escutar a Palavra é estar a cada dia aos pés de Jesus, ouvindo o que Ele nos tem a dizer, falando-nos como a amigos (cf. Jo 15,14-15).
Assim, este ponto concreto, trilhando a Tradição da Igreja, que “sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor, já que, principalmente na Sagrada Liturgia, sem cessar, toma da mesa tanto da Palavra de Deus quanto do Corpo de Cristo, o pão da vida e os distribui aos fiéis” (DV 21). “Se compreen­derdes isso e o praticardes, felizes sereis” (Jo 13,17).
Escuta da Palavra é ouvir o próprio Cristo, pois “chamados à comunhão” (1Cor 1,9), devemos dar o nosso testemunho na primeira Igreja que é a família. É São Paulo quem nos diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, é útil para instruir, para refutar, para corrigir, para educar na justiça” (2Tm 3,16). Realmente não seremos Equipes de Nossa Senhora sem o sustento da Palavra de Deus como fundamento do nosso agir, do nosso pensar.
Prezados casais equipistas, numa sociedade como a nossa, consumista e capitalista, onde o espaço para o dom e a doação quase não existe, é necessário um exercício e mesmo uma ascese para com a Escuta da Palavra. É exatamente neste Ponto Concreto de Esforço que o casal vai ser educado na Palavra de Deus, compreendendo bem o que o Senhor nos fala.
Portanto, não se trata de ler, simplesmente, a Palavra de Deus como um escrito qualquer, apressadamente, com tempo escasso, mas ler, escutando o que o Senhor nos quer falar.
Aqui, precisamos imitar os animais ruminantes. A Palavra de Deus deve ser mastigada lentamente, engulida, digerida, voltar novamente à nossa boca, ser mastigada de novo e engulida mais uma vez, ou quantas vezes for preciso. Como bem nos diz aquele provérbio latino: prima digestio fiat in ore (a primeira digestão se faz na boca).
Aqui entra a ascese, palavra quase não mais usada por nós, mas que significa o mais genuíno exercício de escutar a Palavra de Deus e de colocá-la em prática. Sem dúvida, deveremos superar de muito o nosso egoísmo e o nosso pecado, para sacrificar o nosso tempo, ou perda de tempo, com coisas e situações que não nos deixam ouvir a Palavra do Senhor.
Ajude-nos a presença do Espírito Santo na Escuta da Palavra, pois nos diz Santo Ambrósio, grande Doutor da Igreja e Bispo de Milão: “a que pela freqüente leitura das divinas Escrituras aprendam a eminente ciência de Jesus Cristo(...) Lembre-se, porém, de que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada pela oração, a fim de que se estabeleça o colóquio entre Deus e o homem: pois a Ele falamos quando rezamos; a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos” (cf. Catecismo da Igreja, 2653).                                                                                                                                                                                                       Padre Dimas SCE Região Minas III

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Nossa Senhora da Assunção


A festa da Assunção de Nossa Senhora é uma das mais antigas da Igreja. No ano de 600 já a Igreja Católica festejava este dia de glória de Maria Santíssima. A festividade de hoje lembra como a Mãe de Jesus Cristo recebeu a recompensa de suas obras, dos seus sofrimentos, penitências e virtudes. Não só a alma, também o corpo da Virgem Santíssima fez entrada solene no céu. Ela, que durante a vida terrestre desempenhou um papel todo singular, entre as criaturas humanas, com o dia da gloriosa Assunção começou a ocupar um lugar no céu que a distingue de todos os habitantes da celeste Sião.

Só Deus pode dar uma recompensa justa; só Ele pode remunerar com glória eterna serviços prestados aqui na terra; só Ele pode tirar toda a dor, enxugar todas as lágrimas e encher nossa alma de alegria indizível e dar-nos uma felicidade completa. Que recompensa o Pai Eterno não terIa dado àquela que por ele mesmo tinha sido eleita, para ser a Mãe do Senhor humanado? Se é impossível descrever as magnificências do céu, impossível é fazermos idéia adequada da glória que Maria Santíssima possui, desde o dia da Assunção. Se dos bem-aventurados do céu o último goza de uma felicidade infinitamente maior que a do homem mais feliz no mundo, quanta não deve ser a ventura daquela que, entre todos os eleitos, ocupa o primeiro lugar; aquela que pela Igreja Católica é saudada: Rainha dos Anjos, Rainha dos Patriarcas, Rainha dos Profetas, Rainha dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens, Rainha de todos os Santos!

Que honra, que distinção, que glória não recebeu Maria Santíssima pela sua gloriosa Assunção! Esta distinção honra também a nós e é o motivo de nos alegrarmos. Maria, que agora é Rainha do Céu, foi o que nós somos, uma criatura humana e como tal, nasceu e morreu, como nós nascemos e devemos morrer; mais que qualquer outra, foi provada pelo sofrimento, pela dor. Pela glória com que Deus a distinguiu, é honrado o gênero humano inteiro e por isso a elevação de Maria à maior das dignidades no céu é o motivo para nos regozijarmos. Outro motivo ainda de alegria temos no fato de Maria Santíssima ser a Medianeira junto ao trono divino.

O protestantismo não se cansa de repetir que a Igreja Católica adora os Santos. Doutrina da Igreja Católica é que os Santos podem interceder por nós, e que suas orações tem grande valor aos olhos de Deus; por isto, devemos invocá-los e pedir-lhes a intercessão. Esta doutrina, baseada na Sagrada Escritura, é além disto mui racional. Os Santos não são iguais em santidade e por isto seu valor de intermediários não é o mesmo. Entre todos os habitantes da Jerusalém, a mais santa, a mais próxima de Deus é Maria Santíssima. A intercessão de Maria deve, portanto, ser mais agradável a Deus e mais valiosa para nós. São Bernardino de Siena chama Maria Santíssima a “tesoureira da graça divina”; Santo Afonso vê em Maria o “ refúgio e a esperança dos pecadores”, e a Igreja Católica invoca-a sob os títulos de “ Mãe da divina graça, Porta do céu. Advogada nossa”. Maria Santíssima é a nossa Mãe, nossa grande medianeira, pelo fato de ser a Mãe de Jesus Cristo, nosso grande mediador.

O dia de sua gloriosa Assunção é para nós um grande “Sursum corda”. Levantemos os nossos corações ao céu, onde está nossa Mãe. Invoquemo-la em nossas necessidades, imitemo-la nas virtudes. Desta sorte, tornando-nos cada vez mais semelhantes ao nosso grande modelo, mais dignos seremos da sua intercessão e mais garantidos da nossa salvação eterna.

A Assunção de Nossa Senhora é uma verdade, que foi acreditada desde os primeiros anos do cristianismo, e declarada Dogma em 1950 pelo Papa Pio XII. Eis um trecho de um sermão de São João Damasceno, sobre o mistério da ressurreição e Assunção de Nossa Senhora: “Quando a alma da Santíssima Virgem se lhe separou do puríssimo corpo, os Apóstolos presentes em Jerusalém, deram-lhe sepultura em uma gruta do Getsêmani. Tradição antiqüíssima conta que, durante três dias, se ouviu doce cantar dos Anjos. Passados três dias não mais se ouviu o canto. Tento entretanto chegado também Tomé e desejando ver e venerar o corpo, que tinha concebido o Filho de Deus, os Apóstolos abriram o túmulo mas não acharam mais vestígio do corpo imaculado de Maria, Nossa Senhora. Encontraram apenas as mortalhas, que tinham envolvido o santo corpo, e perfumes deliciosos enchiam o ambiente. Admirados de tão grande milagre, tornaram a fechar o sepulcro, convencidos de que Aquele que quisera encarnar-se no seio puríssimo da Santíssima Virgem, preservara também da corrupção este corpo virginal e o honrara pela gloriosa assunção ao céu, antes da ressurreição geral”


Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos



Padre Tiago Alberione, fundador da "Família Paulina" (família formada de cinco congregações e três institutos), quis colocar as congregações sob a proteção de São Paulo Apóstolo e sob o olhar de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos.

Padre Alberione em sua ação missionária sentiu, de maneira especial, a presença da Mãe de Deus, e quis que seus discípulos e discípulas a venerassem sob o título de Rainha dos Apóstolos. Desejando uma imagem que representasse de uma forma especial e significativa, Maria oferecendo ao mundo seu Filho que tem nas mãos um papiro simbolizando o Evangelho, encomendou um grande painel da Virgem Santíssima ao artista romano João Batista Conti.

A pintura do quadro da Rainha dos Apóstolos, realizada pelo pintor João Batista Conti, em 1935, é considerada unanimemente como a reprodução oficial e fiel da idéia de Padre Alberione. Nele Maria aparece de pé diante do altar oferecendo Jesus ao mundo como a Verdade para contemplar enquanto Jesus traz na mão um pergaminho enrolado. O apóstolo Paulo está em primeiro plano com a espada na mão e um livro fechado. São Pedro, no centro do quadro, com a mão erguida aponta para a Rainha dos Apóstolos que está circundada pela luz do Espírito Santo. Os dois apóstolos são considerados as colunas da Igreja. Alguns apóstolos e santos estão em atitude de oração ou absortos em meditação.

Este quadro foi colocado na igreja de Alba, Itália, igreja matriz das congregações paulinas, edificada em agradecimento à proteção de Nossa Senhora aos seus filhos.

Existe outra representação de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, onde Maria aparece juntamente com os apóstolos, no dia de Pentecostes.

Como diz Alberione: "O Espírito Santo habitou de modo permanente em Maria, foi o seu mestre, o seu guia. Ela alcançou o conhecimento mais profundo da revelação de Deus contida nos livros do Antigo Testamento e viveu-a de forma plena. O 'Magnificat' mostra-nos quanto conhecia sua doutrina, quanto a vivia e a usava na oração e na meditação".

Contudo, a invocação a Maria como Rainha dos Apóstolos não é recente, pois já existia nas Ladainhas Loretanas, instituídas por São Gregório Magno no século VII, atualizadas posteriormente. É também bastante conhecido nos meios artísticos um mosaico bizantino do século XII, na igreja do Torcello (Itália), no qual a Mãe de Deus aparece de pé com o Menino Jesus ao colo, rodeada pelos doze apóstolos.

Muito tempo antes de Tiago Alberione, São Vicente Pallotti o fundador da Sociedade do Apostolado Católico, já havia colocado a sua obra missionária sob a tutela da Rainha dos Apóstolos, a fim de que os seus filhos, unidos em sincera e profunda devoção a Maria, com Ela e por Ela alcançassem as luzes e graças do Espírito Santo para tornarem-se destemidos propagadores do Reino de Cristo.

Através da história, a Santíssima Virgem tem-se manifestado sempre como Mãe, Mestra e Rainha dos Apóstolos, atendendo solícita às súplicas de todos aqueles que de qualquer maneira trabalham para o anúncio da mensagem do Evangelho e a expansão do Reino de Deus.

Nossa Senhora da Estrada



Padre Tiago Alberione, fundador da "Família Paulina" (família formada de cinco congregações e três institutos), quis colocar as congregações sob a proteção de São Paulo Apóstolo e sob o olhar de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos.

Padre Alberione em sua ação missionária sentiu, de maneira especial, a presença da Mãe de Deus, e quis que seus discípulos e discípulas a venerassem sob o título de Rainha dos Apóstolos. Desejando uma imagem que representasse de uma forma especial e significativa, Maria oferecendo ao mundo seu Filho que tem nas mãos um papiro simbolizando o Evangelho, encomendou um grande painel da Virgem Santíssima ao artista romano João Batista Conti.

A pintura do quadro da Rainha dos Apóstolos, realizada pelo pintor João Batista Conti, em 1935, é considerada unanimemente como a reprodução oficial e fiel da idéia de Padre Alberione. Nele Maria aparece de pé diante do altar oferecendo Jesus ao mundo como a Verdade para contemplar enquanto Jesus traz na mão um pergaminho enrolado. O apóstolo Paulo está em primeiro plano com a espada na mão e um livro fechado. São Pedro, no centro do quadro, com a mão erguida aponta para a Rainha dos Apóstolos que está circundada pela luz do Espírito Santo. Os dois apóstolos são considerados as colunas da Igreja. Alguns apóstolos e santos estão em atitude de oração ou absortos em meditação.

Este quadro foi colocado na igreja de Alba, Itália, igreja matriz das congregações paulinas, edificada em agradecimento à proteção de Nossa Senhora aos seus filhos.

Existe outra representação de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, onde Maria aparece juntamente com os apóstolos, no dia de Pentecostes.

Como diz Alberione: "O Espírito Santo habitou de modo permanente em Maria, foi o seu mestre, o seu guia. Ela alcançou o conhecimento mais profundo da revelação de Deus contida nos livros do Antigo Testamento e viveu-a de forma plena. O 'Magnificat' mostra-nos quanto conhecia sua doutrina, quanto a vivia e a usava na oração e na meditação".

Contudo, a invocação a Maria como Rainha dos Apóstolos não é recente, pois já existia nas Ladainhas Loretanas, instituídas por São Gregório Magno no século VII, atualizadas posteriormente. É também bastante conhecido nos meios artísticos um mosaico bizantino do século XII, na igreja do Torcello (Itália), no qual a Mãe de Deus aparece de pé com o Menino Jesus ao colo, rodeada pelos doze apóstolos.

Muito tempo antes de Tiago Alberione, São Vicente Pallotti o fundador da Sociedade do Apostolado Católico, já havia colocado a sua obra missionária sob a tutela da Rainha dos Apóstolos, a fim de que os seus filhos, unidos em sincera e profunda devoção a Maria, com Ela e por Ela alcançassem as luzes e graças do Espírito Santo para tornarem-se destemidos propagadores do Reino de Cristo.

Através da história, a Santíssima Virgem tem-se manifestado sempre como Mãe, Mestra e Rainha dos Apóstolos, atendendo solícita às súplicas de todos aqueles que de qualquer maneira trabalham para o anúncio da mensagem do Evangelho e a expansão do Reino de Deus.

Nossa Senhora Rainha do Amor


A invocação de Nossa Senhora como "Rainha do Amor" tem sua origem nas aparições que aconteceram na Itália na cidade de Schio, província de Vicenza.
No dia 25 de Março de 1985, a Virgem Maria apareceu a Renato Baron na pequena Igreja de S. Martino, da qual ele era o sacristão. Enquanto ele rezava ajoelhado em um banco, como era seu costume diario, de repente a imagem começou a lhe falar. Em um primeiro momento ele mesmo duvidou, mas este acontecimento se repetiu outras vezes. Logo em seguida começou a se juntar um grupo de colaboradores que queriam dar o nome de Nossa Senhora do Rosário para identificar estas aparições, pois a imagem representava uma Nossa Senhora do Rosário. No dia 28 de Novembro do mesmo ano Ela disse como queria ser chamada: "Eu sou a Rainha do Amor..."
Esta imagem foi esculpida na madeira em 1940 por Romano Cremasco, para ser colocada na Igreja dos frades Capuchinhos em Schio. Renato Baron tinha oito anos quando presenciou a sua inauguração e ficou estremamente impressionado pela doce expressão do rosto de Maria e do Menino. Quando completou 19 anos encontrou novamente a imagem, mas se entristeceu por ela estar esquecida num canto da sacristia. Então pensou em pedir ao prior do convento de deixar levar a imagem na igrejinha de S.Martinho, que ele cuidava atenciosamente desde aquele tempo, para o mês de Maio, e lá ficou...
Por meio das mensagens começou um acompanhamento espiritual de Nossa Senhora a Renato Baron, que pedia principalmente a conversão, a volta para Deus e aos valores morais, a intensificação da oração, a penitência e a consagração ao Seu Imaculado Coração. Surgiu a Obra do Amor e o Movimento Mariano Rainha do Amor, com o propósito de evangelizar e construir uma casa para acolher os idosos abandonados, conforme o pedido direto da Virgem Maria.
No ano de 1992 uns membros do Movimento Mariano, ao receber uma herança, resolveram doar uma casa para um orfanato pobre no Brasil, e a obra escolhida foi exatamente a CASA DE MARIA- LAR DE APOIO, fundada e dirigida pela nossa fundadora, Madre Maria. Com isso surgiu uma amizade, que interligou o Brasil com a Itália nesta obra de amor e de solidariedade.
Tudo já estava preparado no Coração Imaculado da Virgem Maria, pois Ela mesma fez esta ligação. Dois anos depois, em mensagem dirigida à nossa Fundadora, Ela pediria a fundação de uma Congregação Religiosa a qual deu o nome de "Congregação dos Humildes Servos da Rainha do Amor", e pediria, também, para divulgar esta invocação em todos os cantos do Brasil.
Posteriormente, Ela mesma apareceu para Madre Maria com a túnica branca, em sinal de como seria o hábito que os religiosos deveriam vestir... trazendo também o Menino Jesus no colo, como a imagem original italiana, declarando sempre "EU SOU A RAINHA DO AMOR".
Conservando a invocação "Rainha do Amor", nossa Congregação a tem como Padroeira, sendo que a única diferença com a nossa obra irmã na Itália, é que a divulgamos com a túnica branca e a imagem original italiana mantém a túnica vermelha, mas a origem da invocação é a mesma.
E nós temos obedecido a determinação de divulgar a Rainha do Amor por todo nosso país. Em cada casa nossa, em casa oportunidade que temos, estamos sempre levando a presença da nossa Rainha a tantos corações.

Nossa Senhora Mãe da Divina Providência


O quadro de Nossa Senhora Mãe da Divina Providência, venerado numa capela ao lado do altar mór da Igreja de São Carlos ai Catinari, em Roma, é uma tela a óleo de Scipione Pulzone, pintor renascentista da Escola de Rafael e que viveu no século XVI, entre 1550 e 1598. Representa a Virgem Maria, trazendo em seus braços um menino, que seria Jesus. Mas, observe que, diferente de Maria, o menino que ela segura nos braços não possui a auréola na cabeça, símbolo de santidade. Será que o artista quis, intencionalmente, dizer que ali está a humanidade, pela qual Maria intercede junto à Divina Providência? Pulzone era essencialmente religioso e sua alma de artista e de homem santo conseguiu retratar em sua obra um momento de êxtase da ternura maternal. Ao pintar o quadro, destinado a uma família romana, jamais imaginou que se tornaria objeto de tamanha devoção dos cristãos.
A devoção a Nossa Senhora, com o título de Mãe da Divina Providência começou, verdadeiramente, lá pelo início do século XVII. Conta a História que nessa época havia duas casas em Roma, pertencentes aos padres Barnabitas. Uma, na Praça Colonna, dedicada a São Paulo, e a outra, na Praça Catinara. Atendendo a uma ordem do Papa Alexandre VII, que desejava ampliar a Praça Colonna, a igreja de São Paulo deveria ser demolida. Preocupados com um belo afresco de Maria, existente na igreja, os padres pediram ao arquiteto responsável pela demolição que preservasse o afresco, transportando-o com cuidado para a nova residência. Muito comuns na Itália, os afrescos são grandes quadros murais, pintados sobre gesso, ou argamassa. Grandes Mestres da arte medieval, renascentista e barroca utilizaram essa técnica, como Michelângelo e Rafael, por exemplo. Apesar do cuidado, o afresco foi destruído ao ser transportado para seu lugar definitivo. O arquiteto, tentando compensar a tristeza dos padres pela perda do imenso quadro, doou uma obra do pintor Scipione Pulzone, que pertencia a seu acervo. Tratava-se de um quadro de Maria, segurando nos braços um menino. Mal sabia ele o imenso tesouro espiritual que trazia aquele pequeno quadro, medindo apenas 54 x 42 cm. Inicialmente, o quadro fora colocado na capela interna dos padres, na nova casa. Aquela imagem de Maria ainda não tinha um nome.
Os padres Barnabitas empreenderam, então, a grandiosa obra da construção de uma igreja em honra a São Carlos Borromeu, Arcebispo de Milão, canonizado em 1610. São Carlos havia sido grande amigo e incentivador da Ordem dos Barnabitas. Após 15 anos de obras, os recursos começaram a faltar e ainda havia muita coisa a fazer. O superior da comunidade, Padre Brás Palma, decidiu, então, fazer uma peregrinação a pé até o Santuário de Nossa Senhora do Loreto (onde existe a pequena casa em que viveu a Sagrada Família, após sua volta do Egito). Ele tinha a certeza de que sua oração seria atendida e conseguiria recursos para terminar a obra.
A história continuou, já no século XVIII. Em 1732, Padre Pietro Maffetti, pároco de São Carlos, teve a idéia de colocar uma réplica do quadro de Nossa Senhora num local onde pudesse ser vista e venerada pelos fiéis. Ele encarregou outro artista, o Irmão Barnabita Pietro Valentini, de fazer uma reprodução do original. No dia 12 de julho de 1732, o quadro foi colocado num pequeno corredor, que servia de passagem aos religiosos ao se dirigirem do convento à igreja. Sob o quadro, Pe. Maffetti mandou escrever o título: "Mater Divinae Providentiae", Mãe da Divina Providência. A partir daí, a imagem de Maria passou a ter um título, cuja origem é explicada pelas Irmãs Angélicas de São Paulo, num livreto da Congregação:
Retornando a Roma, procurou o Cardeal João Batista Lenie, solicitando ajuda para a construção da imensa igreja, mas o Cardeal informou que seus recursos já estavam comprometidos com outras obras. Padre Palma não desanimou e  redobrou suas orações, insistindo junto a Maria Santíssima, na convicção de que ela deveria ser sua Providência. No ano seguinte, 1627, faleceu o Cardeal Lenie e seus funerais foram realizados na igreja inacabada, dedicada a São Carlos, no dia 4 de novembro, dia de sua festa. Mas, ao ser aberto o testamento do cardeal, qual não foi a surpresa dos Barnabitas: o Cardeal deixara boa parte de seus bens para o acabamento das obras da igreja de São Carlos Borromeu!
 “No ano de 1633, morreu, com fama de santidade, no Mosteiro de São Paulo, em Milão (Itália), Angélica Joana Visconti Borromeu, prima de São Carlos Borromeu, que foi Priora do Mosteiro; tinha grande amor à Mãe de Deus e plena confiança em sua proteção. Na mesma época, a Angélica Luísa Mariana Gonzaga escreveu a vida da Madre. Conta que as Angélicas realizavam "uma solene procissão, para homenagear e glorificar a Doce Soberana, Mãe da Divina Providência, sem a qual não se pode obter socorro ou graças celestiais, tudo passando por suas mãos..." (Vida Venerável da Madre Angélica Joana Visconti Borromeu, 1635). Essa procissão era feita no 6º Domingo de Pentecostes, cuja oração era:   Ó Deus, cuja Providência... (ver 9º Domingo do tempo comum).
Havia uma imagem que representava Maria, com o Menino Jesus, e era venerada como Mater Divinae Providentiae. Encontrava-se no corredor do claustro, entre a cela da Priora e a dispensa. Não ficava distante do confessionário e do coro, onde as Monjas ouviam as pregações. A Ela eram atribuídas muitas graças alcançadas. Historicamente, desde 1613, os padres Barnabitas tinham decidido colocar na torre dos sinos da igreja de São Paulo, em Bolonha, uma estátua da Virgem, com o título de “Virgem Bem-Aventurada da Divina Providência”.
Voltando à história da casa dos Padres Barnabitas, em pouco tempo, o corredor onde estava exposta a cópia do quadro ficou pequeno, devido ao grande número de fiéis que acorriam para venerar a Bem-Aventurada Virgem. O Superior Geral dos Barnabitas na época, Pe. Mário Maccabei, mandou transformar o local em uma capela, inaugurada em 28 de junho de 1742. O grupo de fiéis foi aumentando e se transformou em Confraria, aprovada pelo papa Bento XIV, em 25 de setembro de 1744. O Papa Gregório XVI a elevou à categoria de Arquiconfraria, no dia 16 de julho de 1839. Muitos papas, reis e príncipes se inscreveram na Arquiconfraria, mas quem mais se distinguiu pelo zelo e devoção foi o papa Pio IX, que freqüentava a Igreja de São Carlos. Em novembro de 1888, por um decreto do Cabido Vaticano, a imagem foi solenemente coroada, incentivando, assim, sua veneração sob o título Mãe da Divina Providência. A atual Capela de Nossa Senhora Mãe da Divina Providência, na Igreja de São Carlos ai Catinari, foi inaugurada em 1848.
De acordo com o Calendário Eclesiástico de 1914, sua festa passou a ser definitivamente celebrada no sábado, antes do terceiro domingo do mês de novembro, como é feita até hoje nas igrejas e capelas que a veneram como Padroeira.

Nossa Senhora da Natividade

As manifestações culturais no Tocantins estão quase sempre atreladas às festas em comemoração aos santos da igreja Católica. A festa de Nossa Senhora da Natividade é uma celebração tipicamente religiosa. A devoção a Nossa Senhora e a história da sua imagem existente em Natividade, onde é festejada há quase três séculos, no dia 8 de setembro, motivaram a eleição desta como Padroeira do Tocantins. A festa à Padroeira Nossa Senhora da Natividade acontece de 30 de agosto a 8 de setembro. Durante os festejos, acontece o novenário e são montadas barracas onde se fazem leilões. É celebrada missa solene no dia dedicado à santa. As comemorações acontecem na igreja matriz de Natividade, uma das mais antigas do Estado, datada de 1759.
História
Como a palavra Natal, Natividade significa nascimento. Em Portugal, ficou reservada para indicar o nascimento da Virgem Maria. A igreja Católica celebra o nascimento da mãe de Jesus desde o ano 33 da era cristã. A festa de Nossa Senhora teve origem no Oriente, a Virgem Maria passa a ser comemorada no Ocidente no século VII.
A comemoração a Nossa Senhora da Natividade está relacionada à festa da Imaculada Conceição de Maria, celebrada em 8 de dezembro. Nove meses depois, comemora-se Nossa Senhora da Natividade. Esse intervalo diz respeito ao período de gestação de Maria no ventre de Santa Ana. Os devotos acreditam que Maria, como mãe de Jesus, preservada do pecado original, merece ser cultuada.
A imagem de Nossa Senhora da Natividade foi trazida, pelos jesuítas, para o norte da província de Goiás, em 1735. Foi a primeira a entrar nessa região, em embarcações pelo rio Tocantins, depois nos ombros dos escravos até o pé da serra onde se erguia o povoado denominado de Vila de Nossa Senhora da Natividade, Mãe de Deus, mais tarde São Luiz e depois Natividade. Essa imagem é a mesma, venerada, ainda hoje, na Igreja Matriz.
Com a criação do Estado do Tocantins, a população de Natividade, junto com o clero tocantinense e o recém-criado Conselho de Cultura, desenvolveu campanha para tornar a já venerada Nossa Senhora da Natividade em padroeira do Estado. Dom Celso Pereira de Almeida, bispo diocesano de Porto Nacional envia, em março de 1992, solicitação ao papa João Paulo II, expressando o desejo dos devotos de Nossa Senhora, de vê-la consagrada padroeira do seu novo Estado. Diz dom Celso: "sendo nosso povo católico, na grande maioria, e devoto de Nossa Senhora, temos, nós bispos, recebido freqüentes apelos a fim de pedirmos a Vossa Santidade se digne declarar Nossa Senhora, sob a invocação de Nossa Senhora da Natividade, padroeira principal deste Estado"
Acrescenta ainda dom Celso na sua justificativa , que os habitantes do sul do Estado "veneram com muito afeto a imagem de Nossa Senhora da Natividade, trazida para a nossa região pelos missionários jesuítas. Esta devoção é sempre viva no nosso povo". (BRAGA, 1994, p. 14). A solicitação foi aceita pelo Vaticano e em 15 de agosto de 1992 dom Celso oficializa, durante a Romaria do Bonfim, em Natividade, Nossa Senhora da Natividade padroeira principal do Tocantins.